Sindicato dos profissionais da educação da rede pública do município se consolidou com Plano de Carreira, tabela salarial própria e constância na luta em defesa de direitos
A base do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi) é formada por 2.800 sindicalizados. É a maior classe profissional da Prefeitura de Foz – que conta com aproximadamente 7.000 servidores. Para comemorar os 15 anos de fundação do Sinprefi, na última segunda-feira (13), centenas de profissionais da educação se reuniram em uma festa promovida pelo sindicato, no Wandscheer Park.
Houve atrações musicais, sorteio de presentes, homenagens, integração e reconhecimento à trajetória de luta que construiu a força sindical local. Um almoço foi servido para promover reencontros e estimular as conversas espontâneas. Os momentos planejados ao ar livre também tiveram o intuito de contribuir com a saúde mental dos profissionais, tão afetada pelos desafios diversos em sala de aula.

Em 15 anos de atuação, a maior conquista do Sinprefi é, sem dúvida, o Plano de Carreira do Magistério que garante avanço profissional consistente. “É indiscutível a importância do plano”, argumenta a assessora jurídica do Sinprefi, Dra. Solange Silva, “porque os professores que se aposentaram antes recebem até 50% menos do que os professores que se aposentaram após a aprovação do plano”.
Uma das maiores lutas atuais é pela revisão do Plano de Carreira, para preservação de direitos. A presidente do Sinprefi, professora Viviane Dotto, reforça que o sindicato vive um novo ciclo, mas com o mesmo propósito de origem: “O Sinprefi é, hoje, uma referência não só pelo número de filiados, mas pela forma como conduzimos nossas lutas, sempre com transparência, participação e diálogo”.
Entre as últimas causas vencidas está a conquista de uma tabela salarial própria, o pagamento do Piso Nacional (apesar de haver retroativos em aberto) e a decisão judicial favorável pela devolução de livros de inglês retirados de sala de aula sem a anuência dos profissionais. “Nosso sonho é ver cada servidor entendendo que ele também é parte do sindicato. As conquistas que temos hoje não foram dadas — foram fruto de organização, de luta e até de greve,” relembra a atual presidente.
Há 15 anos
Quinze anos atrás, no dia 24 de setembro de 2010, aproximadamente 100 professores se reuniram na Escola Santa Rita de Cássia, para fundar o Sinprefi – a partir de um desmembramento do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz (Sismufi). O novo sindicato surgiu para tratar, exclusivamente, dos direitos dos educadores. A primeira presidente, eleita por dois mandatos seguidos, foi a professora Maria Rice. “Fizemos o que tinha que ser feito. Sem sindicato próprio, não teríamos avançado. Existe uma verba específica que deve ser investida na educação e o Sinprefi assegurou isso ao longo dos anos”, defende Rice.
Em 2013, os embates pelo Plano de Carreira do Magistério se intensificaram. A Câmara de Vereadores aprovou, mas o governo municipal não implantou o plano. Então, depois de quase dois anos de tratativas, no início de 2015, foi deflagrada greve geral dos profissionais da educação que durou uma semana. “Todas as escolas pararam e nós contamos, inclusive, com o apoio dos pais”, conta Fátima Véres, fundadora do Sinprefi.
A segunda presidente, eleita em 2018, foi a professora Marli Maraschin de Queiroz. “No começo, fazíamos vaquinhas entre os colegas para manter o sindicato. Hoje, temos uma estrutura sólida e o desconto em folha que sustenta o maior sindicato de Foz do Iguaçu”, ressalta. A última presidente, eleita em 2022, foi a professora Viviane Jara Benitez que morreu 4 meses depois, após complicações por erro médico durante uma cirurgia. Quem assumiu foi a então secretária-geral do sindicato, Viviane Dotto, que fica no cargo até 2026.

A atual gestão sindical conduziu uma greve geral deliberada pelos profissionais, em outubro de 2023, depois de anos sem avanços significativos nas negociações com o executivo municipal. Atualmente a luta tem foco na reformulação do Plano de Carreira do Magistério, com pagamento do reajuste do Piso Nacional; salário digno para todas as carreiras que estão na educação; e construção de uma sede própria planejada para abrigar as necessidades do maior sindicato de Foz.
Por ASSESSORIA